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Aparições de São Miguel

 

São Miguel Arcanjo é um Anjo de imenso poder, venerado como o Príncipe da Milícia Celeste, o protetor da Igreja Católica, o defensor do povo de Deus, o vitorioso contra as forças do mal. Embora sua presença seja sentida no Antigo e Novo Testamento da Sagrada Escritura, é através de suas aparições na história que seu papel como defensor e mensageiro divino se torna mais palpável. Suas manifestações não são meras lendas; são acontecimentos que moldaram a fé, inspiraram a construção de santuários e reafirmaram a crença na intervenção divina.

Diversas são as intervenções do chefe da Milícia Celeste na vida da Igreja, aparecendo em vários lugares, em horas difíceis, para mostrar a sua assistência como guarda e protetor vigilante da Igreja.

O Santuário de Monte Sant’Angelo: O Berço das Aparições.

Uma das mais antigas e célebres aparições de São Miguel Arcanjo ocorreu na Itália, no final do século V. A história, transmitida por séculos, narra a primeira das aparições em uma caverna no Monte Gargano, hoje conhecida como Monte Sant’Angelo, na região da Apúlia.

Segundo a tradição, um proprietário de gado local, desesperado ao perder seu touro favorito, o encontrou ajoelhado na entrada de uma gruta. Ao tentar capturá-lo com uma flecha, o animal se moveu, e a flecha, de forma misteriosa, retornou e feriu o homem. Espantado, ele consultou o bispo de Siponto, que iniciou um jejum de três dias. Ao fim do jejum, São Miguel Arcanjo apareceu ao bispo, em 8 de maio de 490, revelando que a caverna era um local sagrado e que ele próprio a havia escolhido para ser venerado pelos homens. Ele ordenou que a gruta fosse consagrada em sua honra, prometendo proteção à cidade e a todos que ali o buscassem.

O glorioso Príncipe da Milícia Celeste, apareceu ao Bispo dizendo estas palavras: “Bem fizeste em procurar descobrir o mistério de Deus escondido aos homens, razão pela qual os golpeei com minha lança. Sabei, porém, que esta é a minha expressa vontade. Eu sou Miguel Arcanjo e estou sempre na presença de Deus. Venho habitar este lugar, guardá-lo e provar por meio de um sinal que serei seu vigia e custódio”.

Essa aparição foi seguida por outras três, todas confirmando o desejo do Arcanjo de que o local fosse um centro de peregrinação. 

São Miguel apareceu a um rico cidadão em Conas, perto da cidade de Colossas, uma região da Frígia, que tinha uma única filha, que era muda, e disse-lhe em sonho: “Conduze a tua filha à fonte dos cristãos e crê na onipotência do seu Deus, que tua fé será recompensada”. Cheio de esperança, pai e filha foram à fonte e lá perguntaram aos cristãos o que deveriam fazer. Eles disseram: “É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e pela intercessão de São Miguel que nós usamos desta água”. Assim fizeram e, no mesmo instante a menina começou a falar, despertando em ambos um crescer da fé. Pediram o Batismo e em gratidão o homem mandou construir junto à fonte uma igreja.

Os sacerdotes dos ídolos, obstinados nos seus erros (pois era uma região onde existiam fortes cultos pagãos), resolveram destruir o santuário. Junto deste, passavam dois rios que eram contidos por diques. Numa noite ouviu-se um forte barulho das águas. Os pagãos tinham destruído os diques e brevemente o santuário ficaria submerso. O eremita, guardião do santuário, ao ver o que se passava, gritou: “Senhor, a Vossa Onipotência clamamos”. Enquanto ele rezava, ouviu-se uma voz vinda do céu. Era São Miguel que descia para desarmar o furor de satanás. Disse ele ao guardião do santuário: “Não temais, o inferno não pode nada contra nós”.

Assim, as águas foram controladas, a terra tremeu e engoliu o grande turbilhão das águas.

O rito bizantino celebra o Milagre de São Miguel Arcanjo em Conas a 6 de setembro.

A mais notável delas (aparições) ocorreu quando a cidade de Siponto estava sob o cerco de invasores. O bispo, em oração, recebeu a promessa de vitória de São Miguel. Um terremoto e uma tempestade de granizo atingiram o exército inimigo, levando-o à derrota. Em agradecimento, o bispo, o clero e o povo marcharam em procissão até a caverna, onde o Arcanjo apareceu pela última vez, anunciando que ele mesmo já a havia consagrado, tornando-a a única igreja no mundo não dedicada por mãos humanas.

As orações de um Papa santo, unidas às de tão virtuosos prelados, não podiam deixar de ser atendidas. No dia 26 de setembro de 493, deu-se início ao tríduo solene preceituado por São Gelásio e, na noite do dia 29, São Lourenço recebia o terceiro oráculo do Arcanjo, que apareceu a ele dizendo: “Não compete a vós dedicar esta basílica que eu erigi, mas a mim, que coloquei seus fundamentos. À medida que suas paredes cresçam, os pecados dos homens que a visitem diminuirão, pois no seio desta casa tão especial as más ações desaparecem. Entrai nela, orai assiduamente no seu interior, assistidos por mim, seu padroeiro. E, quando sejam celebradas Missas, que o povo comungue conforme o costume. Eu mesmo me encarregarei de santificar este lugar”.

O Santuário de São Miguel Arcanjo em Monte Sant’Angelo tornou-se um dos mais importantes destinos de peregrinação da Europa medieval, atraindo reis, papas e milhões de fiéis ao longo dos séculos.

A Montanha Sagrada de São Miguel na França

Não muito longe da Itália, no litoral da Normandia, outra aparição marcou a história e a paisagem. No século VIII, São Miguel Arcanjo apareceu três vezes a São Aubert, o bispo de Avranches. Na primeira vez, o Arcanjo o instruiu a construir um santuário em sua honra em uma ilhota rochosa. O bispo, cético, ignorou a ordem. Na segunda aparição, o Arcanjo repetiu a ordem. Na terceira, para convencer o bispo de sua autoridade, o Arcanjo tocou sua cabeça com o dedo, deixando um buraco no crânio de Aubert.

Esse sinal incontestável levou o bispo a obedecer imediatamente. A construção da primeira capela começou, e com o tempo, a ilhota se transformou no famoso Monte Saint-Michel, uma das mais impressionantes maravilhas arquitetônicas e espirituais do mundo. O santuário, erguido em honra ao Arcanjo, simboliza a fé inabalável e o poder de intercessão de São Miguel, que protege o local contra as marés e as intempéries da história.

Em 1656 haveria de dar-se ainda uma quarta aparição, motivada pela terrível peste que então se alastrava pela Itália, levando consigo inúmeras vítimas. Nessa ocasião Dom Giovanni Alfonso Puccinelli, Arcebispo de Manfredônia, determinou que fossem feitos jejuns e orações, a fim de implorar o auxílio do protetor celeste, e deixou nas mãos da imagem de São Miguel uma súplica por escrito. Enquanto rezava, o Arcanjo se manifestou a ele ordenando que abençoasse fragmentos de pedras da gruta, nos quais deveria esculpir o seu nome e o sinal da cruz. Todo aquele que os utilizasse seria curado da peste, e assim sucedeu.

“Eu sou Miguel Arcanjo e estou sempre na presença de Deus. Venho habitar este lugar, guardá-lo e provar por meio de um sinal que serei seu vigia e custódio”.

O santuário em Bandeirantes é o terceiro maior do mundo dedicado a São Miguel Arcanjo. O primeiro é o Monte Santo Ângelo, que fica nas encostas do Monte Gargano, na Itália; e o segundo é o Mont Saint-Michel que fica em uma pequena ilha na França.

Enfim, o Santuário mais famoso do mundo dedicado a São Miguel Arcanjo fica no Monte Gargano, Itália. Houve várias aparições ali, começando em 490 d.C. 

A Mensagem para nossos tempos: O Testemunho de Santa Joana d'Arc

Embora não tenha sido uma aparição física em si, a presença de São Miguel Arcanjo foi fundamental na vida de Santa Joana d'Arc. Em meados do século XV, quando a França estava à beira do colapso na Guerra dos Cem Anos, uma jovem camponesa de 13 anos começou a ouvir vozes e ter visões celestiais. O principal de seus "conselheiros" era São Miguel Arcanjo, acompanhado por Santa Catarina e Santa Margarida.

Foi São Miguel quem a encorajou e a preparou para a missão de libertar a França e levar o Delfim ao trono. As vozes do Arcanjo não apenas a guiaram nas batalhas, mas também a fortaleceram em sua fé e a sustentaram durante o seu martírio. Joana d'Arc, a "Donzela de Orléans", é um testemunho vivo da poderosa intercessão de São Miguel. Sua história nos mostra que o Arcanjo não se limita a lutar contra dragões e demônios, mas também inspira e capacita aqueles que, com fé, se colocam a serviço da justiça e da vontade de Deus.

No Brasil houve uma fantástica aparição de São Miguel trazendo a paz ao povo de Deus, na Cidade de São Miguel Arcanjo em São Paulo, que recebeu este nome devido a sua aparição nesta Cidade, que escolheu ali acampar e manifestar suas graças.

Em 1932 aconteceu a Revolução Constitucionalista entre o estado de São Paulo e o Brasil, e nesse processo houve muita morte e destruição; chegando até a cidade de São Miguel Arcanjo montaram uma trincheira e falaram para os munícipes saírem da cidade que iria acontecer uma batalha.

Tomaram a casa paroquial e tornaram ela um quartel general. Pediram para que o padre saísse da casa, mas o padre se recusou porque se aproximava a festa de São Miguel Arcanjo e ele precisava rezar com o seu povo.

No dia 29 de setembro de 1932 com a trincheira de combate armada e os exércitos prontos para guerrear, eis que surgiu um clarão no céu e um homem avisa sobre o final da Guerra. Este fato está comprovado por um documento que diz que no dia 29 de setembro de 1932 aconteceu um armistício dando fim ao combate violento.

Depois o exército volta para cidade e ao entrar na Igreja para agradecer o fim da Guerra, o capitão olha para imagem de São Miguel Arcanjo e diz “foi este homem quem avisou o fim da Guerra”.

Hoje o local foi construído uma Basílica em honra a São Miguel Arcanjo na Cidade de São Miguel Arcanjo em São Paulo, onde muitos devotos visitam e alcançam graças especiais e milagres por intercessão do glorioso São Miguel. Um complexo religioso está em construção, incluindo a Gruta do Arcanjo, local que se tornará um marco histórico e um dos maiores monumentos religiosos do Brasil. 

As aparições de São Miguel Arcanjo, seja no Monte Gargano, no Monte Saint-Michel ou através das visões de Santa Joana d'Arc, são mais do que meros relatos históricos. Elas nos lembram que a batalha entre o bem e o mal é real e que Deus, em sua infinita misericórdia, nos provê um poderoso protetor. São Miguel Arcanjo é um convite à coragem, à vigilância e à confiança inabalável na vitória final do Reino de Deus. Ele é a prova de que o Céu está sempre atento às nossas lutas terrenas e pronto para intervir em nosso favor.

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Fontes: site Templário de Maria, site Basílica de São Miguel Arcanjo, Editora Ave-Maria, site Padre Paulo Ricardo, site Canção Nova.


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